Início Qual é a importância da caminhabilidade urbana?

Esse é, com certeza, apenas um dos diversos fatores que mostram a importância da caminhabilidade urbana na sociedade.

De acordo com o urbanista Robert Voigt, a caminhabilidade não é apenas uma questão espacial urbana, ela “afeta a saúde de uma comunidade, a economia e a qualidade de vida de uma cidade”.

O iCam 2.0, ou então índice de caminhabilidade, é composto por 15 indicadores que são agrupados em 6 diferentes categorias.

1. Calçada

Está relacionada com a dimensão da caminhabilidade e inclui dois indicadores: largura e pavimentação.

2. Mobilidade

Está relacionada à disponibilidade e ao acesso ao transporte público, incluindo assim, dois indicadores: dimensão das quadras e distância a pé ao transporte.

3. Atração

Inclui indicadores relacionados às características de uso do solo, que potencializam a atração de pedestres, como: fachadas fisicamente permeáveis, fachadas visualmente ativas, uso público diurno e noturno e usos mistos.

4. Segurança Viária

São indicadores que estão relacionados à segurança de pedestres em relação ao tráfego de veículos motorizados: tipologia da rua e travessias.

5. Segurança Pública

Um tema recorrente nas discussões sobre utilização da rua e de outros espaços públicos. Pesquisadores têm explorado a influência do desenho urbano e das edificações no número de ocorrências e na sensação de segurança transmitida aos pedestres desde a década de 1960. Essa categoria contempla fatores como: iluminação e fluxo de pedestres diurno e noturno.

6. Ambiente

Esta categoria agrupa indicadores relacionados a aspectos ambientais que possam afetar as condições de caminhabilidade de um espaço urbano, como: sombra e abrigo, poluição sonora, coleta de lixo e limpeza.

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Olhando ao redor do mundo

Existem ótimos exemplos de cidades pelo mundo que priorizam a caminhabilidade em seus espaços urbanos.

Guangzhou, China

A reforma na orla do Pearl River – que corta toda a cidade – foi transformada em um corredor verde que integra comércio, serviços e outros usos por toda a sua extensão.

Helsinque, Finlândia

Com um planejamento urbano para 2050 de ter bairros mais densos e com toda a infraestrutura necessária de serviços, moradia e trabalho a fim de permitir uma vida agradável a ser feita a pé.

Nova York, EUA

Em 2000, a urbanista Janette Sadik-Khan foi contratada para o departamento de trânsito com a proposta de fechamentos de ruas e outras ações que conseguiram transformar cenários como a própria Time Square.

Hamburgo, Alemanha

Com metas ambiciosas, o projeto Rede Verde, tem como objetivo entregar múltiplas áreas verdes conectadas por eixos de mobilidade acessíveis a pé ou de bicicleta.

Zurique, Suíça

Aumentou em 27% os deslocamentos a pé com a proibição de criar novos estacionamentos, com exceção dos existentes que foram substituídos para subsolos e seus espaços transformados em praças e espaços para pedestres.

Barcelona, Espanha

Carros não são proibidos, porém só podem circular até 10km/h. Essa é uma das ações do projeto “superquadradas” que visa reduzir em 21% o tráfego e aumentar em 60% os espaços das ruas voltados às pessoas e não aos carros.


Amsterdã, Holanda

Tem como meta ser a 1ª cidade sem emissões até 2025. Atualmente, mesmo a mobilidade por bicicletas estando em primeiro lugar com 32%, o deslocamento por caminhada vem logo em seguida com 29%, sendo responsáveis por mais de 60% do deslocamento na cidade.

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A importância da caminhabilidade urbana

Estudos comprovam que existem diversos benefícios de caminhar pela cidade, dentre eles, é possível destacar:

Bem-estar
Um estudo da Universidade de Essex, no Reino Unido, analisou 1,2 mil pessoas de diferentes idades, gêneros e condições de saúde. A amostra mostrou, por exemplo, que apenas alguns minutos diários de caminhadas ao ar livre poderiam ser determinantes na melhora do bom humor e da autoestima dos indivíduos.

Cérebro potente
Diversos estudos apontam a boa caminhada como uma aliada para deixar o cérebro mais forte e reduzir problemas de memória ou doenças como Alzheimer. Uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh mostrou que quem caminha por volta de 10 km diariamente reduz pela metade as chances de diminuição do volume do cérebro.

Corpo em movimento
Uma pesquisa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que o aumento da frequência cardíaca, da circulação e da aceleração do metabolismo pode ser tão alto que o emagrecimento continua mesmo horas depois do exercício, além de ajudar na prevenção de osteoporose, doenças cardíacas, cânceres de ovário e mama, distúrbios do sono, entre outros.

Conhecer a cidade
A caminhada é, sem dúvidas, uma forma prática de conhecer a própria cidade, observar os detalhes de cada canto e as especificidades do mundo ao seu redor.

E foi pensando em tudo isso que a Porte Engenharia e Urbanismo, através de estudos pautados em Ciência Urbana, está transformando a região Leste com o desenvolvimento do Eixo Platina, com a ideia de trazer lazer, saúde, educação, oportunidades de trabalho e moradia em um só lugar, atenta às demandas da região.