Conforme os anos passam e a tecnologia avança, a expectativa de vida também caminha cada vez mais para a longevidade. Inclusive, já se estima que a pessoa que irá viver 200 anos já nasceu.
De acordo com a ONU, a população 60+ no mundo passou de 900 milhões em 2017 para uma projeção de mais de 2 bilhões em 2050. Só no Brasil serão mais de 68 milhões, transformando o país no 6º mais velho do mundo.
Em 1960, por exemplo, as famílias brasileiras tinham em média 6 filhos e hoje a média fica em torno de 1,7 filhos. Com isso, a população com mais de 60 anos já é maior que a população com menos de 5 anos.
Mas afinal, o que é economia prateada?
São as atividades econômicas associadas às necessidades e desejos de pessoas com mais de 60 anos.
Estima-se que no Brasil a economia prateada movimenta 1,6 trilhões ao ano.
De acordo com Joseph Coughlin, professor do MIT e escritor do livro "Longevity Economy", ao criar para o público com mais de 60 anos, trabalhando um design universal, acessível e inclusivo, atenderemos o restante dos públicos com excelência.
E o que fez a economia prateada ganhar atenção do mercado?
Com uma movimentação econômica tão expressiva e projeções que mostram o crescimento desse público ao longo dos anos, pensar em produtos, soluções e serviços que atendam pessoas com mais de 60 anos já é uma realidade.
Além disso, a economia prateada está cada vez mais ativa. 93% de pessoas com mais de 75 anos possuem renda própria, 50% das mulheres e 88% do homens têm uma vida sexual ativa e 38% jogam no celular ou no computador. Além disso, frequentam academia e voltaram a estudar.
E não para por aí:
– 52% estão dispostos a pagar mais caro pela qualidade do produto ou serviço
– 64% são os únicos responsáveis pela tomada de decisão na hora da compra
– 48% preferem consumir do que economizar
– 66% possuem vida financeira melhor atualmente
– 65% saem do PDV com mais do que o planejado
– 45% têm dificuldade de encontrar produtos e serviços específicos
Mas ainda assim, eles se sentem invisíveis como consumidores.
De acordo com o levantamento realizado pela área de Ciência Urbana da Porte, para conversar com esse público, o mercado deve se preparar através de soluções específicas, como por exemplo, conhecer as dores, medos, desejos e necessidades do indivíduo e não de uma massa. É preciso ouvir mais e colocar as pessoas com mais de 60 anos como protagonistas com vínculos em imagens reais para criar empatia.
Quando a comunicação se torna mais acolhedora e humanizada, é possível também pensar em design e usabilidade, **transformando a jornada** do cliente ou da cliente de maneira mais simples e autoexplicativa.
E acredite, eles são digitais.
A economia prateada na região Leste da cidade de São Paulo
Em 2020 o número de pessoas com mais de 60 anos na região Leste ainda parece pequeno, totalizando 12%.
Entretanto, ao observar a Zona Porte, composta pelos distritos Belém, Carrão, Tatuapé, Mooca, Vila Formosa e Água Rasa, a população 60+ já é a 2ª mais populosa, chegando a 20%.
Imagine só como ficará uma projeção daqui 20 ou 30 anos levando em consideração todos esses dados?
Isso significa que o mercado imobiliário também deve se preparar para levar em consideração a maneira de viver da população com mais de 60 anos.
Habitação 60+ no mundo
Uma pesquisa realizada em 2006/2007 destaca a importância dos espaços verdes, ambientes limpos e agradáveis, calçadas amigáveis, lugares para descanso, cruzamentos seguros para pedestres, acessibilidade, ambiente seguro, ciclovia, prédios amigáveis aos idosos e banheiros públicos.
A moradia reflete o conforto, segurança e bem-estar. Devido às necessidades físicas, o lugar em que o idoso mora e os serviços de suporte existentes no bairro são de extrema importância. Com isso, o mercado imobiliário precisa ir além dos empreendimentos, ele precisa observar e transformar o entorno para que atenda às necessidades da população com mais de 60 anos.
O Daily Caring realizou um levantamento de algumas opções de habitações que atendem a diversos tipos de desejos e necessidades atreladas à economia prateada.
Envelhecimento do lugar:
É quando o idoso mora em sua própria casa ou com a família e funciona através de cuidadores domiciliares, limpeza, entrega de refeições e outros serviços que podem ajudar nas atividades da vida diária.
Modificações ou reparos domésticos simples também podem tornar as casas mais seguras, como a instalação de rampa para cadeira de rodas, barras de apoio no banheiro ou até um sistema de alerta médico.
Essa opção pode ser considerada para pessoas relativamente independentes, com custo que vária entre baixo e médio e pode exigir mais ajuda da família ou amigos.
Conceito de vila
É um modelo que une vizinhos e empresas locais ou governo para ajudar uns aos outros a ficar em suas casas à medida que envelhecem.
As aldeias geralmente não fornecem serviços diretamente, mas atuam com um contato ou serviço de concierge. A ajuda real vem de outros membros saudáveis do grupo, vizinhos mais jovens ou serviço comunitário.
É uma opção válida para pessoas que desejam uma ajuda semelhante ao que obteriam em uma comunidade de aposentados, mas que não querem sair de casa e tem um custo mais baixo.
Casa de repouso residencial
São pequenas instalações que oferecem atendimento personalizado a pequenos grupos de adultos. Eles também são conhecidos como lares de famílias para adultos, lares de pensão e de cuidados ou lares de cuidados pessoais.
O serviço oferece hospedagem, alimentação e assistência nas atividades da vida diária.
É uma opção para quem precisa de cuidados mais individuais e domésticos, demandando um custo médio.
Comunidade de aposentadoria de cuidados continuados
São comunidades parte vida independente, parte vida assistida e parte instalação de enfermagem especializada. Os residentes podem começar morando na seção de moradia independente e se mudarem para diferentes partes da mesma comunidade, pois precisam de níveis crescentes de atendimento.
O custo desse tipo de habitação é mais alto e é ideal para idosos que desejam morar em um local pelo resto da vida e não querem se preocupar em providenciar cuidados futuros. Também é uma ótima opção para cônjuges que desejam ficar próximos um do outro.
Comunidade de vida assistida
Essa comunidade consiste em pequenos apartamentos com uma ampla gama de serviços e diferentes cuidados.
Os serviços típicos incluem equipe 24hrs por dia, refeições, administração de medicamentos, banho, curativo, limpeza e transporte, sendo que a maioria das instalações possui área para refeições em grupo e áreas comuns para atividades sociais e recreativas. Essa é uma opção com um custo mais alto e que depende do nível de ajuda diária necessária. É bom para adultos mais velhos que podem viver de forma independente, mas que precisam de ajuda.
Grupo de Repouso / Centro de enfermagem especializado
Nesse tipo de habitação, um médico supervisiona os cuidados de cada residente e uma enfermeira ou outro profissional médico está quase sempre nas instalações. Algumas delas contam com fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na equipe, enquanto outros têm serviços especiais para cuidados com a memória ou demência.
É uma opção para idosos que precisam de atendimento supervisionado 24hrs por dia, com doença físicas ou mentais graves ou debilitantes que não conseguem cuidar de si próprios. O custo é alto, dependendo do nível de ajuda diária necessária.
Vida independente
São moradias projetadas de alguma forma para idosos, geralmente incluindo comunidades de aposentados, residências e apartamentos para idosos.
É bom para adultos mais velhos que desejam viver em um ambiente ativo, sem se preocupar com as tarefas diárias, como por exemplo, cuidar da casa e cozinhar. O custo relativo é de médio para alto, dependendo da localização e dos serviços.
Os residenciais para idosos nos EUA
O termo senior housing define um local próprio à assistência das diversas necessidades da população idosa e compreende um amplo conceito de cuidados aliando conveniência ao local de moradia.
Para fins de investimento imobiliário, esse local é uma propriedade independente, adaptada ou construída especificamente para este fim. Na prática, esse modelo possui grande semelhança com um hotel, com o adicional de contemplar assistência médica.
Em 2018, o senior housing esteve no topo da lista entre todos os segmentos residenciais em termos de novas construções e prospecto de investimento.
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