Vista do prédio Helen, da Porte, no Tatuapé
De acordo com levantamento feito pelo Grupo Zap VivaReal, foram lançados 40 novos empreendimentos na região entre 2013 e 2017, totalizando 4.700 apartamentos. Em segundo lugar estão Vila Mariana e Saúde, cada uma com 39 lançamentos.
"A região vem passando por uma grande transformação. Aquela cara de interior do bairro deu lugar a opções de comércio e serviços mais sofisticados", diz a arquiteta Erica Salguero, 34, nascida e criada no bairro e dona de um escritório na região.
Salguero afirma ter atendido, em média, 30 projetos de decoração em apartamentos do Tatuapé por ano. "Os compradores desses novos edifícios são pessoas que sempre moraram aqui e que não querem ir para outro lugar", diz.
A arquiteta Erica Salguero em seu apartamento de 200 metros quadrados no Tatuapé
A arquiteta mora com o marido e a filha em um apartamento de 200 metros quadrados em uma das áreas mais valorizadas da região, próxima ao Jardim Anália Franco.
Os imóveis de grande metragem são tendência por ali. Quase metade (46%) dos lançamentos são unidades de três a quatro dormitórios.
O preço do metro quadrado é um dos mais altos da região, fica em torno de R$ 7.200, segundo levantamento do Imovelweb, acima de outro queridinho da região leste, a Mooca, onde os imóveis custam R$ 7.000 por metro quadrado, em média.
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ALTO PADRÃO
De olho nesse potencial, a Porte Engenharia e Urbanismo se especializou no Tatuapé. Desde 1989, a construtora lançou quase 40 edifícios na região.
Entre eles, estão os empreendimentos Helen e Figueira, espigões de 37 e 50 andares respectivamente.
O primeiro possui unidades de 374 metros quadrados, com quatro suítes e seis vagas na garagem. As unidades disponíveis custam a partir de R$ 5,2 milhões.
O edifício Figueira oferece plantas de 337 metros e opção de uma cobertura de 594 metros quadrados, com piscina e salão de jogos. A previsão de entrega é em 2021 e os apartamentos custam a partir de R$ 4,8 milhões.
"Durante décadas, este foi um bairro dormitório e por isso ainda conserva muitos sobrados. São nesses espaços que surgem os novos prédios. Fizemos um estudo no bairro para identificar o que faltava. Nesse plano, vimos um grande êxodo. Os jovens da região estão indo embora, em busca de emprego qualificado. Assim, passamos a desenvolver vários projetos na região. A projeção é a criação de 30 mil vagas de emprego", afirma Marco, presidente da Porte e morador do bairro.
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A aposentada Yolanda Tecoriello, 82, na vila de casas em que mora no bairro do Tatuapé
Em um dos sobrados que resiste ao crescimento do Tatuapé mora a aposentada Yolanda Tecoriello, 82, que se mudou para o bairro há quase 60 anos. "Nossa casa ficava na rua Cantagalo, que ainda era de terra. A única via com paralelepípedo era a rua Coelho Lisboa. O bairro era repleto de pequenas chácaras e havia muitos parquinhos", lembra Tecoriello.
O movimento cresceu, as chácaras já não existem, mas Tecoriello não pensa em se mudar. "Tudo virou comércio e prédios, mas o Tatuapé ainda é o melhor lugar da cidade para se viver."
4.700 imóveis novos foram lançados no bairro entre 2013 e 2017