Início Projeto quer transformar rua na Berrini da zona leste

Além de concentrar a maior riqueza da zona leste, o Tatuapé também tem planos ambiciosos para se tornar um polo empresarial de referência na região, uma espécie de nova Berrini, a famosa avenida da zona sul.

Um projeto chamado Eixo Platina, com custo inicial de R$ 1,5 bilhão, já começa a tomar forma em uma extensão de 2 km na rua Platina, paralela à Radial Leste, entre as estações Carrão, Tatuapé e Belém do metrô. Serão erguidos dois hotéis, um teatro para mil pessoas, uma unidade de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas e outros empreendimentos.

"Fizemos um estudo no bairro para identificar o que faltava. Nesse plano, vimos um grande êxodo. Os jovens da região estão indo embora, em busca de emprego qualificado. Assim, passamos a desenvolver vários projetos na região. A projeção é a criação de 30 mil vagas de emprego", diz Marco, CEO da Porte Engenharia e Urbanismo.

E o eixo é uma pequena parte do que se vê no Tatuapé. São cada vez mais comuns prédios que ultrapassam milhões de reais. Uma cobertura triplex, por exemplo, próxima ao Ceret, está avaliada em R$ 32 mi.

Há um mês também foi inaugurada no Anália Franco uma concessionária da Jaguar, a primeira na zona leste. Segundo a montadora, já havia uma grande demanda de atendimento de pós-venda na região. O veículo mais barato sai por R$ 170 mil.


PARAÍSO

Esse atrativo financeiro deixa o bairro como um paraíso para quem vive na região. “O Tatuapé é como se fosse o Jardins da Zona Leste. De uns anos pra cá, houve um desenvolvimento de produtos imobiliários de alto padrão. Isso acaba irradiando para outras cercanias. Hoje o Tatuapé é o objeto de desejo para todo mundo”, diz Celso Petrucci, economista do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).

Mas os moradores mais antigos reclamam do impacto causado no trânsito. Para o arquiteto e urbanista Irineu Anselmo Júnior, da iAnseé Arquitetura e Planejamento, isso faz parte da cultura do bairro. “O morador do Tatuapé não sai de casa sem carro. É diferente de quem mora em Perdizes, que exemplo, que anda mais a pé”, afirma.

Fonte: Agora São Paulo