A proximidade com a marginal Tietê, o fácil acesso ao metrô e uma grande oferta de bares, restaurantes e centros comerciais ajudam a explicar a boa fama do Tatuapé e a fidelidade de grande parte de seus moradores.
"Eu trabalho em Moema, e é maravilhoso, mas ainda assim não saio do Tatuapé", afirma a encarregada financeira Karina Verde, 28, terceira geração de tatuapeenses da sua família.
"Não preciso sair daqui para fazer nada, de ir à padaria para tomar um café da manhã a sair à noite com os amigos para um barzinho."
A enfermeira Fátima Cestari, 58, mora há 20 anos na vizinhança e também não pensa em se mudar. "É um local que oferece tudo: restaurantes variados, praças boas, shoppings e metrô."
A praticidade de ter tudo perto tem atraído muitos "froasteiros" para o bairro nos últimos anos.
A população do distrito saltou de 79.381 pessoas em 2000 para 91.672 em 2010, segundo o mais recente Censo do IBGE. A taxa de crescimento populacional da região foi de 1,45 -maior do que a de São Paulo, de 0,76.
A chegada de moradores se reflete no número de novos empreendimentos residenciais na região. Nos últimos cinco anos, foram lançados 5.383 apartamentos no distrito, de acordo com o Secovi-SP (sindicato do setor).
LÁ EM CASA
Qual é o melhor bairro para morar? (em%)
O "boom" imobiliário começou na década de 1970, quando o lugar recebeu investimentos em avenidas e metrô. Na época, os imóveis novos foram vendidos para quem já morava por lá.
"Isso fez com que o bairro conservasse a tradição e o clima de aconchego", diz Antonio Fonseca, professor de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O surgimento de mais serviços e novas lojas foi também consequência desse processo, segundo Fonseca.
"Em vez de irem para a zona sul, onde já havia infraestrutura melhor, os moradores trouxeram o lazer e a diversão para o próprio bairro."
VALORIZAÇÃO
As transformações valorizaram os imóveis no Tatuapé. "Uma pessoa que morava há dez anos no bairro e tinha um apartamento que custava R$ 300 mil, hoje pode vendê-lo por R$ 600 mil", afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Ele atribui essa valorização a um ciclo virtuoso. "Os moradores motivaram a vinda de bons serviços, que, por sua vez, atraem empreendimentos de bom padrão", diz.
Atualmente, existem 693 novos imóveis à venda no bairro, segundo o Secovi-SP. Nos últimos cinco anos, o ritmo de lançamentos mais que triplicou. Em 2010, foram 208 empreendimentos. Em 2015, o número chegou a 793.
Quatro dos novos edifícios com imóveis à venda na região são da construtora Diálogo Engenharia, entre eles o Vereda Parque Tuiuti, com plantas de 127 m² e três dormitórios, comercializadas por R$ 8.685 o metro quadrado.
"Todos na zona leste que vão progredindo na vida acabam migrando para o distrito", diz Fábio Magalhães Verçosa, diretor da empresa.
A Wzarzur Incorporadora é outra que aposta na região, com o Vila Tatuapé, torre de unidades de três quartos e 88 m², ao preço de R$ 8.000 o m².
"O bairro tem serviços que agradam e misturam todas as gerações", diz Sônia Bevilacqua, do marketing da marca.
Fonte: Folha de S. Paulo