Início Para uma metrópole diversa, alto padrão ganha faces distintas

A Feição dos mais nobres

Os compradores classe A formam um público restrito no mercado, mas, de manei. ra nenhuma, homogêneo. Em razão do alto preço de metro quadrado de áreas nobres e consolidado, os projetos são predominantemente muito pequenos ou amplos e supersofisticados. A cara dos novos imóveis respeita essa característica dos produtos, mas também pode variar de acordo com a linha arquitetônica das empresas e da vocação de teu. ocupação das regiões da cidade. A modernidade e o arrojo estão presentes nos compactos, especialmente nas áreas corporativas. O estilo, na boemia Vila Madalena. E o perfil contemporâneo sóbrio em áreas familiares como o Campo Belo, Perdizes e seus arredores.

Projetos nobres mudam de Feição de acordo com o tipo de público, a linha arquitetônica da incorporadora e a característica da região

Um empreendimento de alto padrão enfrenta, seja qual fora região nobre de São Paulo em que estiver. Um desafio enorme ¡ora acender bem seu público-alvo, tão exigente quanto endinheirado. Por isso, a sofisticação e a elegância são marcas cm sedosos lançamentos das áreas consolidadas da cidade. A feição do requinte, no entanto, passa longe da uniformidade.

A identidade visual dos edifícios pode variar de acordo com a linha estética adotada pelas empresas, o tipo de compreendi mento e a característica de ocupação da região. Os lançamentos com perfil familiar não se confundem na Pompéia ou em Moema. E, mesmo no Brooklin, um prédio de apartamentos compactos é bem diferente de outro vizinho mais espaçoso.

De acordo com o sócio-diretor da Elite Brasil Inteligência Imobiliário, Mauricio Eugenio, as áreas mais valorizadas de São Paulo possuem dois tipos básicos de imóveis: os compactos com até 50 metros quadrados e os apartamentos com metragens acima de 150m².

"Os compactos têm design, acabamento e uma linguagem muito jovem. É onde a cidade acontece. Os residenciais maiores buscam terrenos tranqüilos exclusividade item muita segurança e permitem integração do terraço à sala de estar, quadra coberta e muita segurança."

As regiões no entorno do corredor corporativo paulistano – que inclui as avenidas Brigadeiro faria Lima, Presidente Juscelino Kubitschek, Engenheiro Luis Carlos Berrini e Doutor Chucri Zaidan -são muito abertas aos apartamentos menores e,consequentemente ia modernidade. Os lançamentos Habitarte uma parecria das incorporadas Stan e Yuny, têm, por exemplo, arquitetura assinada pelo escritório Aflalo&Gasperini, também responsável por edi-ficios de escritórios na cidade, e coma com uma gigantesca obra de arte na fachada.

"O público do Brooklin é do mercado financeiro,cosmopolita que está antenado no trabalho", diz a diretora geral de atendimento da imobiliária Lopes, Mirella Parpinelli. Ela acredita que o bairro, alvo de uma série dos lançamentos nos últimos anos, seja uma este extensão natural da Vila Olímpia e do Itaim. De os empreendimentos se colocam como símbolos urbanos.

À medida que a distancia para as áreas corporativas aumenta, ventilo dos empreendimentos também muda. O bairro do Campo Belo, assim como Moema, seu vizinho ainda mais nobre, tem espaço principalmente para projetos soais sóbrios de unidades amplas, embora ainda com arrojo estético.

O lançamento Araguari 561 da incorporadora Alfa MDL, tem arquitetura contemporânea com grandes varandas retangulares e gradis de vidro. "A decoração do prédio também é mais clean e mais cosmopolita. Moema e um bairro mais aberto para receber pessoas de fora do bairro",diz a diretora de marketing da Alpha Realty, Cintia Valente. "É um público diferente do comprador de nossos produtos lançados em Perdizes, que já é morador daquela região."

Na zona oeste, as diferenças entre as áreas nobres são mais evidente, mesmo a pequenas distâncias. Perdizes, com menos terrenos à disposição, é caracterizado por torres altas e de estética mais ou menos ousada.

O vizinha Pompéia, em função de restrições impostas pela lei de zoneamento, tem edifícios mais baixos, também com perfil familiar, e em contato mais próximo com as ruas arborizadas da região, As restrições de altura se repetem no Alto de Pinheiros, densamente ocupado por casas.

Mais próximos da Vila Madalena, no entanto, os novos empreendimentos começam a ganhar ares descolados,bem mais ao gosto de artistas e intelectuais,Alem de fachadas com cores vibrantes – o lançamento Autoria Madalena, da Alta MDL, é, por exemplo, bordo , as áreas comuns valorizam elementos de arte, como bibliotecas com curadoria de editoras famosas. Não há esbanjamento de luxo, porém.

A incorporadora Even deve lançar em setembro o residencial Diseño Alto de Pinheiros, na Rua Natingui. O edifício, com studios e apartamentos de dois dormitórios, abusa de cores quentes nas fachadas e no topo do edifício. O espaço da churrasqueira, na área comum, também tem um aspecto de container laranja, cujo portão, basculante, abre verticalmente.

A arquitetura contemporânea e marca da Even, segundo o diretor da empresa, Mauricio Belo, mas pode variar de intensidade de acordo com o perfil da região.A companhia lançou recentemente, na zona oeste, os empreendimentos Acervo Pinheiros, com unidades amplas, e o Línea Perdizes, coro compactas.

Nos modelos, praticidade ou aconchego

Os apartamentos decorados nos estandes de venda transparecem, na estética, os desejos do público-alvo dos empreendimentos. Nos bairros nobres, ganham duas características principais; de acordo com a arquiteta Chris Silveira, do escritório Claudia Albertini & Chris Silveira Arquitetos: ou eles são práticos e arrojados ou amplos e acolhedores.

Ela diz que os modelos de studios e apartamentos pequenos valorizam muito elementos brancos, espelhos e acabamentos com detalhes pretos ou prateados. "Usamos revestimentos mais frios e realizamos apenas algumas intervenções com madeira para dar um ar mais humano. Utilizamos cadeiras com design mais arrojado e adotamos lona ou sarja." Nos apartamentos de perfil familiar, ela procura priorizar o bege nas paredes e não ousa demais nas mobílias. A madeira aqui é um elemento importante, e os tecidos em couro e linho seriam muito bem aceitos. "Ele precisa ser aconchegante."

Mais baratos, Tatuapé e Morumbi são opção fora do eixo central

Propostas são, em geral, menos arrojadas do que de regiões corporativas, mas oferecem unidades a preços mais acessíveis.

Áreas tradicionalmente nobres, como os Jardins, Vila Nova Conceição, parte de Pinheiros e Moema, são elegantes, mas oferecem poucas oportunidades para as empresas lançarem novos produtos imobiliários. Nos últimos anos, áreas adjacentes a esses bairros tomaram-se nobres, caso do Brooklin, na zona sul, e das Vilas Anastácio e Leopoldina, na oeste.

Algumas localidades paulistanas também criaram seus espaços de alto padrão, embora não fossem extensão natural da São Paulo mais tradicional. Do outro lado do Rio Pinheiros, por exemplo, o Morumbi se consolidou como um reduto na região sudoeste da capital e, mais recentemente, passou a oferecer ofertas para o público classe A oro áreas como Panamby, com preços mais acessíveis. Segundo a Embraesp, o metro quadrado lançado em 2013 no bairro custa RS 6 mil; no Brooklin, está em RS 11 mil.

O aspecto dos novos edifícios daquela margem do Pinheiros é, na maior parte, menos moderno do que nas regiões corporativas. Eles possuem, no entanto, terrenos para empreendimentos familiares mais aconchegantes e espaçosos. O estoque de outorga onerosa no Morumbi – que permite a maior verticalização dos empreendimentos mediante a compra do direito na Prefeitura, está esgotado -, o que pode indicar a escassez de novos projetos para essa área no futuro próximo.

Outras regiões nobres fora do eixo tradicional são o bairro do Tatuapé, com metro quadrado valendo, em média, 7 mil, e parte da Mooca, na zona leste.

O Montalcini Residencial, com 31 andares e varandas arredondadas, tem, por exemplo, mármore botticcino nas áreas sociais dos apartamentos de ao menos 200m². "Agora, estamos também levando arquitetos novos para a região."

De acordo com o diretor da Porte Construtora, Marco Antonio Melro, o público do alto padrão dessa região é local e faz questão do luxo. "Ele é mais parecido com Moema do que com a Vila Madalena. O luxo na Vila é considerado brega."

Valor médio do metro quadrado chega a R$ 14 mil

O preço de um metro quadrado no Jardim Paulista custa, em média, RS 14.560, o maior de São Paulo entre os lançamentos imobiliários realizados na cidade entre janeiro de 2010 e julho deste ano, de acordo com levantamento da Lopes Inteligência de Mercado. Houve neste bairro, extremamente verticalizado, cinco novos empreendimentos, com 63m² em media.

Os preços proporcionalmente mais elevados ficam também em regiões nobres muito densas, caso da Vila Nova Conceição e de Moema, na zona sul.

O valor mais baixo por metro, segundo a pesquisa, fica no Tatuapé, a RS 6.440. O Campo Belo figura logo em seguida, com metro quadrado avaliado em RS 8.540. No valor total, contudo, o bairro da zona sul é menos acessível. As unidades custam, em média, mais de R$ 1 milhão.

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